sábado, maio 13, 2006

Poderei eu confiar em mim, se a presença de nós é incontornavelmente a mestre. A tendência da sobreposição de nós sobre mim é assoladora e não me permite respirar. Vivo numa câmpanula onde me resta apenas o dióxido de carbono que tu libertas. O meu mundo está rodeado de vidros e da fragilidade que eles representam. Mas estou protegida pelo manto de invisibilidade com que me cubro.
Talvez nunca tenha aprendido a viver no exterior dessa câmpanula...
Penso que nunca conseguiria respirar oxigénio...

7 comentários:

Leprikom disse...

Esse cheiro perfumado da frágil vida.
Sendo ela a sombra da nossa vida.

Um Sopro

Klatuu o embuçado disse...

O «nós sobre mim» é sempre tramado!;)
Dark kiss.

DarkViolet disse...

Um manto de nevoeiro é sempre a ilusão tremida...Que o nevoeiro nunca se abre é o meu desejo.

Miguel disse...

às vezes temos mesmo de nos superar, para suprirmos a essa falta de ar, e vivermos fora do nosso mundo fechado

*

Anónimo disse...

Imensa escuridão neste translúcido lugar de isolamento. O negro e o escuro queimam a ultima réstia de oxigénio que ainda vagueia nas narinas ressequidas do conhecido pingo do nariz. Sinal que sou um animal. Ainda!
Uma palavra mostra mais que um guarda-roupa repleto de camuflagens e peles enegrecidas pela mente. O preto só é escuro, porque assim o queremos ver. Não consigo ver o carvão que me envolve as mãos enquanto preparo carvão para a actividade que me torna organismo. Depois da tocha lançada, o carvão envolve-se pela maior descoberta do homem. A reacção seguinte é o aparecimento em demasia, de água na boca, como um cão esganado que fosse. Mais tarde, segundos antes da primeira garfada, um gole de vinho arrasta-se pela garganta seguido de um arrepio que vai desde a omoplata até aos músculos que revestem o osso do fermur. No primeiro movimento do guardanapo à boca, reparo que não reparei como as minhas mãos estão negras. A felicidade daquele momento faz com que assim continuem, sujas e negras, pois o que é que isso interessa, ainda ali estão, úteis.
A palavra poderosa arrasta qualquer humano, mas as fardas, são para aqueles que vêm com os olhos. A necessidade que os humanos têm de se ornamentarem com os mais variados utensílios faz deles uns fracos.
Faço valer minha palavra por a palavra e não por um casaco de pele, um piercing ou até mesmo uma gravata. Acho que ainda não estamos acabados, os humanos.

antonior disse...

É bom estares de volta!

Gostaria que estivesses MAIS de volta!

Gostaria que viesses de volta, com o coração a brilhar, ainda que entre rendas negras, que são belas e te ficam bem...

Mas, a saber, que uma prisão, qualquer prisão, tem sempre uma coisa boa. Permite-nos sonhar com a Liberdade e construí-la!

Beijinhos

Ana João disse...

o isolamento, o dioxido de carbono definham quem vive... soltar amarras e zarpar, ir à montanha onde o ar é pruo, é preciso...